São Marcos Ji Tianxiang

25/03/2023

São Marcos Ji Tianxiang nasceu em Hebei, China, em 1834, em uma família católica, pertencia a classe alta da sociedade e foi criado na fé. Exercia a profissão de médico acupunturista e não renunciava tratar dos pacientes pobres, mesmo sabendo que não podiam pagar. Por esse motivo era bem quisto por todos. Por volta dos seus quarenta anos começou a sofrer de dores fortíssimas no estômago. O único alívio possível era proporcionado pelo ópio. Isso o curou, mas tornou-se dependente da droga. Na China do século 19, esse era um problema grave. O vício não era entendido então, por ninguém, em nenhum lugar do mundo. Seu vício era considerado pecaminoso; uma falta de força de vontade adequada ou fortaleza moral.

Ele tentou superar seu vício por meio dos sacramentos: recepção frequente da Comunhão e principalmente Confissão. No entanto, seu confessor concluiu que, como Marcos Ji estava confessando o mesmo pecado repetidas vezes, ele não tinha um firme propósito de se emendar, tornando assim a confissão inválida. Ele foi proibido de se confessar novamente até que parasse de usar ópio. Infelizmente, isso também o impediu de receber a Sagrada Comunhão.

Antes que alguém reclame, cabe esclarecer que isso era o correto a ser feito no contexto da época, assim como está de acordo com as normas sacramentais de hoje. Não podemos nos confessar repetidamente nossos pecados se não tivermos a intenção de parar de cometê-los. Não se confessa para "limpar o quadro-negro" para que se possa pecar novamente. Embora Marcos Ji tivesse toda a intenção de parar, ele não conseguia. Isso, no entanto, não foi levado em consideração devido à má compreensão sobre os vícios naqueles dias. Seu confessor tecnicamente não cometeu um erro; embora pelo entendimento de hoje, ele o tenha feito. Mas aqueles dias não eram os de hoje. Marcos Ji era culpado de causar escândalo público por ser um viciado.

Marcos Ji estava preso em um vício do qual não havia 'Passos' para sair, nem centros de tratamento, nem nada. E não havia nada que ele pudesse fazer.

Ele queria desesperadamente receber os sacramentos, mas não podia devido à compreensão da época sobre sua doença. Ele sofreu isso pelos trinta anos restantes de sua vida. Ele queria parar de usar, mas não conseguia; ele queria receber os sacramentos e assim, esperançosamente, assegurar-se da vida eterna. Isso estava em risco devido à proibição de os receber.

O que fazer?

Marcos Ji rezou pelo martírio, pois ao se morrer pela Fé, a salvação está assegurada. Agora, no catolicismo, o martírio é quando se é morto por ser católico. Ser católico era impopular, pois era considerado uma religião estrangeira; uma importação colonial ocidental. No entanto, a Fé crescia na China.

Em 1900, houve turbulência na China; o Levante dos Boxers estourou. Seu objetivo era a expulsão total de toda a influência ocidental da China. E os cristãos eram alvos óbvios.

Marcos e sua família se refugiaram no cemitério da cidade, mas foram traídos e aprisionados. As orações de Marcos Ji foram atendidas. Diante da prisão e das ameaças, ele se negou, e com veemência, a apostatar da fé, mesmo sabendo que isso custaria sua vida e a vida dos familiares. Depois de sua última profissão de fé, entoou as ladainhas à Nossa Senhora. Durante o trajeto ao lugar do martírio de toda a família, seu neto, um menino de oito anos de idade, lhe perguntou: "Para onde vamos, vovô?". Ele respondeu com tranquilidade: "Vamos para casa, minha criança". Quando chegaram ao lugar, ele disse aos seus parentes: "Meus filhos, não temais! O Paraíso, aberto, está próximo!". Depois disso, pediu para ser decapitado por último para confortar todos os membros da família. A sua causa de canonização foi inserida na causa de um amplo grupo (120 pessoas) de mártires chineses. A canonização ocorreu no dia 1º de outubro de 2000, Sua festa é celebrada no dia 7 de julho.

Fontes: Sober Catholic e Aleteia