Reparação Ao Sagrado Coração De Jesus

16/06/2023

Façamos reparação pelos pecados contra Nosso Senhor.

Desde a época dos Pais da Igreja, a água e o sangue do Coração de Jesus são símbolos dos sacramentos, do Batismo e da Eucaristia. A própria Igreja, como a nova Eva, é vista como nascida do lado aberto de Cristo na Cruz, o novo Adão. A contemplação do Coração de Jesus, jorrando sangue e água, sempre foi na Igreja fonte de piedade, oração, fé, graça. No entanto, uma festa propriamente dita do Coração de Jesus foi celebrada pela primeira vez em 20 de outubro de 1672 pelo Padre São João Eudes. Pouco tempo depois, as revelações de Santa Margarida Maria Alacoque (1675) contribuíram imensamente para a difusão dessa devoção. A característica própria dessa solenidade é a ação de graças pela riqueza insondável de Cristo e a contemplação reparadora do Coração Transpassado. O Papa Leão XIII em 1899, por meio da Encíclica Annum Sacrum, estendeu a Festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja Latina.

O Papa Pio XI, por meio da Encíclica Miserentissimus Redemptor - baixar aqui - deu à Igreja universal a belíssima oração do "Ato de Reparação ao Sagrado Coração de Jesus" (que também se encontra logo abaixo). Em sua encíclica, o Santo Padre responde - com a Tradição da Igreja e as Sagradas Escrituras - aos principais obstáculos que geralmente são colocados à prática da reparação, ajudando nossa inteligência a compreender a teologia por trás dessa sadia devoção popular.

Pe. Almir de Andrade, FSSP

Oração Reparadora ao Sagrado Coração de Jesus

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos: eis-nos aqui prostrados diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda a parte alvejado o vosso amorosíssimo Coração. Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós mais de uma vez cometemos as mesmas indignidades, para nós em primeiro lugar imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como Pastor e Guia, ou, conculcando as promessas do batismo, sacudiram o suavíssimo jugo da Vossa santa lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente da licença dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra Vós e vossos Santos, dos insultos ao vosso Vigário e a todo o vosso Clero, dos desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do sacramento do divino amor, enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh! Se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto para reparar a honra divina ultrajada vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os Santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação, que Vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre nossos altares.

Ajudai-nos Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e da caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias de vossa divina Majestade e atrair ao Vosso serviço o maior número de almas possível.

Recebei, ó benigníssimo Jesus, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até à morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à pátria bem-aventurada, onde vós com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais – Deus – por todos os séculos dos séculos. Amém