Por que precisamos agora, mais do que nunca, do Beato Miguel Pro.

27/11/2017

"¡Viva Cristo Rey!"

Estas foram as palavras imortais e eletrizantes gritadas pelo Pe. Miguel Pro, S.J., quando o pelotão de fuzilamento do virulento governo anticatólico mirou nele, com seus os olhos bem abertos e os braços esticados em forma de cruz.

Viva Cristo Rei!

Miguel Pro foi martirizado pela fé aos 36 anos, executado, em 23 de novembro de 1927, o qual a Igreja agora comemora como seu dia de festa. Ele foi beatificado em 1988 pelo Papa João Paulo II.
Providencialmente na esteira da festa do Beato Miguel Pro, nesse fim de semana, a Igreja celebrou a festa de Cristo Rei - o último domingo do Tempo Comum (originalmente estabelecido para o último domingo de outubro, mas que mudou sua data original em 1970 com o estabelecimento do novo calendário litúrgico).

A história do Bem-aventurado Miguel é evidentemente poderosa, e a Igreja está esperando um milagre final para sua canonização. Certamente, este é um santo para ser invocado em todas as situações em sua própria vida - especialmente aqueles que precisam de um milagre verificável, como a cura médica de um ente querido em perigo. Mas, além de sua causa para a santidade, há uma série de razões oportunas para este santo sacerdote jesuíta da era moderna se tornar um intercessor nestes dias de confusão.

7 Razões pelas quais precisamos do Beato Miguel Pro ... agora, mais do que nunca:
1. Por Cristo, o Rei: Nossa verdadeira e legítima autoridade.

Eu mencionei acima as palavras finais de tirar o fôlego deste grande bem-aventurado, "Viva Christo Rey!". Elas chamam a atenção para essa meditação tão rica sobre este título de Nosso Senhor, o Cristo Rei, e de um assunto - a saber, a autoridade - que realmente devemos pensar e falar mais nesses tempos conturbados.

A autoridade - hierarquia - está conectada à natureza, na própria realidade. Somos criaturas sociais e, naturalmente, buscamos a ordem do fenômeno de autoridade e submissão. Só que, é verdade, essas forças podem manifestar-se para o melhor ou para o pior. A autoridade não é automaticamente exercida bem ou pela pessoa certa. Mas a existência (mesmo a preponderância!) de maus exemplos de autoridade não significa que devamos nos desfazer de todas as expressões autênticas de poder ou liderança.

Se Cristo não é o Rei de seu coração, de sua vida, de sua família ... quem (ou o que) é? Se Cristo não é o Rei daqueles a quem você segue (seu padre, seu presidente, seu marido ou pai, seus professores), pode você esperar que essas figuras de autoridade o conduzam de maneira correta.
Bem-aventurado Miguel Pro, rogai por nós para que, como vós, possamos clamar que Cristo seja nosso Rei em todos os aspectos das nossas vidas!

2. Pela restauração da então grande ordem dos Jesuítas

Esta não é uma polêmica contra os jesuítas, mas sim a oportunidade de reconhecer em voz alta que uma ordem religiosa, cuja grandeza foi construída sobre uma combinação histórica única de rigor intelectual e trabalho missionário ousado, que outrora incendiou o mundo (em universidades e território missionário, respectivamente). Onde existe um grande potencial, lá o inimigo se esconde, buscando o orgulho e outros pontos fracos para atacar. Nunca nos encontraremos em erro ao invocar os grandiosos, corajosos e brilhantes jesuítas de nossa tradição ao rezarmos por um novo zelo e ortodoxia de seus irmãos de hoje.

St. Ignácio, S. Roberto Belarmino, Pe. João Hardon, Pe. Walter Cizek, St. Isaac Jogues e os Mártires Norteamericanos, St. Estanislau Kostka, S. Paulo Miki, St. Edmundo Campion, S. Pedro Claver, S. Pedro Canisio, S. Francisco Xavier, Bt. Miguel Pro... rogai por nós e pelos Jesuítas!

3. Por uma fé masculina, robusta e determinada

Como mulher, tenho grande prazer em ver homens usar seus dons - dons exclusivamente masculinos - ao servir a Igreja e simplesmente adorar a Deus e viver suas vocações. Os erros do feminismo causaram disfunção palpável nas famílias, na sociedade e na Igreja, e não é bom para qualquer um de nós quando os homens sentem que devem caminhar sobre cascas de ovos ou pedir desculpas por simplesmente serem homens.

O Beato Miguel Pro era um homem viril. Ele viveu sua vida religiosa com grande obediência, rigor e alegria - constantemente (e presumivelmente desconfortavelmente) sendo movido de um país para o outro, por razões tanto de atribuições tanto políticas como escolares de seus superiores jesuítas. Em sua curta vida, ele se viu primeiro exilado do México para a Califórnia, seguiu depois para a Espanha para estudos, depois para a Nicarágua, para a Bélgica, para a França e, finalmente, para o México! Ao longo do caminho, lutou contra o câncer. Nada demais. Ele simplesmente manteve a sua automação sacerdotal, mesmo quando foi forçado a buscar a clandestinidade em seu ministério quando autoridades mexicanas efetivamente proibiram o catolicismo público.

Bem-aventurado Miguel Pro, rogai pelo nossos filhos, irmãos, maridos, pais, sacerdotes, que eles possam abraçar seus dons e desafios dados por Deus como homens, na fortaleza e santidade!

4. Pelos Sacerdotes

Miguel Pro prosseguiu seus estudos para o sacerdócio com grande dedicação e perseverança, em três países diferentes devido à perseguição religiosa. Com a sua ordenação, ele trabalhou incansavelmente para fornecer os sacramentos aos leigos e para transmitir o Evangelho a corações endurecidos em dois continentes. Até o fim, ele procurou ensinar aos pequeninos o amor de Deus, até mesmo aos seus executores. "Que Deus tenha piedade de vós!" Ele disse ao pelotão de fuzilamento. "Que Deus vos abençoe! Senhor, vós sabeis que eu sou inocente! Com todo meu coração, eu perdoo meus inimigos!" Que exemplo - verdadeiramente um alter Christus.

Como no México durante a Guerra dos Cristeros, os santos sacerdotes hoje em dia, em muitas partes do mundo, estão enfrentando extrema pressão de todas as partes para fazer concessões, relaxar, esconder, ser medíocres. Que peso repousa sobre seus ombros! O peso imensurável das almas! Devemos rezar por eles e rezar ao Beato Miguel Pro por eles.

Bem-aventurado Miguel Pro, rogai pelos nossos sacerdotes e seminaristas, para que eles possam tomá-lo como modelo para suas vocações, mesmo - se necessário - até a morte!

5. Pelo florescimento do catolicismo no México e na América Latina

A Guerra dos Cristeros durou apenas 3 anos, terminou há quase um século atrás, em 1929, mas até hoje a Igreja no México está ferida pelos trágicos efeitos posteriores do aparato veementemente anticatólico. Os vestígios de leis injustas e a suspeição da visibilidade pública dos sacerdotes ainda permanecem. Em seu livro The Lawless Roads [As Estradas Sem Leis] o autor Graham Greene chamou a guerra no México de "perseguição mais feroz contra religião que em qualquer lugar desde o reinado de Elizabeth".

Enquanto isso, erros disparatados como o secularismo, a Teologia da Libertação e Santa Muerte - embora certamente não sejam característicos da beleza do catolicismo mexicano como um todo - prejudicam a fé de homens e mulheres comuns e, portanto, para a cultura em geral. Uma igreja pujante significa uma sociedade pujante. Uma Igreja ferida não pode ajudar tão eficazmente as almas feridas.

Mas não devemos esquecer que o México é uma terra favorecida pela Santíssima Virgem Maria (e, portanto, por Nosso Senhor)! A intervenção milagrosa e histórica de Nossa Senhora em dezembro de 1531 em sua aparição para Juan Diego converteria milhões para a fé. Recentemente, as boas pessoas do México sofreram muito com terremotos mortais e uma nova onda de violência, mas o ciclo de notícias já vem desde há muito tempo. Muitos se esqueceram de rezar por sua consolação e recuperação.

Bem-aventurado Miguel Pro, rogai pelo povo do México, pelos sacerdotes mexicanos e pelo florescimento da Fé Católica em sua terra natal.

6. Pela fortaleza na Igreja em face do antagonismo secular ateu

A Igreja é por Sua natureza uma repreensão - seja silenciosa, latente ou corajosamente franca - contra a tirania e a política ateístas seculares. Mas testemunhamos o que acontece quando a Igreja e o Estado tornam-se parceiros: uma amizade perigosa em que o Estado busca legitimidade moral para políticas questionáveis e a Igreja se torna obrigada ao Estado quanto ao que se pode dizer nas homilias, como os hospitais católicos devem e não devem cuidar de seus pacientes, a alocação de fundos, etc.

O que o Beato Miguel Pro e a Guerra dos Cristeros nos lembram é que a Igreja Católica é intolerante com a - mas, Deo gratias!, em última instância invencível pela - tirania do Estado anticristão. Peçamos a sua intercessão para que nossos sacerdotes e bispos sejam sempre firmes contra as intromissões seculares na liberdade religiosa e nas proteções da consciência.

Bem-aventurado Miguel Pro, rogai pela Igreja!

7. Pela nossa prontidão ao martírio

Quando vejo as imagens icônicas do Beato Miguel em seus momentos finais neste mundo, fico estupefata. Essas inacreditáveis fotografias foram realmente tiradas e publicadas pelo governo mexicano em uma tentativa fracassada de intimidar os insurgentes Cristeros.

Preso e caminhando para o pelotão de fuzilamento, Pro abençoou os soldados acusados de matá-lo, depois se ajoelhou brevemente em oração. Ele recusou-se a ter os olhos vendados, escolhendo em vez disso enfrentar seus carrascos. Ele estendeu os braços imitando Cristo crucificado, com um Crucifixo em uma mão e um rosário na outra, e bradou o grito desafiante dos Cristeros, "¡Viva Cristo Rey!"

As fotos, publicadas nos jornais nacionais no dia seguinte não conseguiram dissuadir os Cristeros. Pelo contrário, apenas os encorajaram. Miguel Pro se tornaria um padrão icônico e amado para os orgulhosos católicos mexicanos e o movimento de resistência anticomunista.

Eu teria a mesma prontidão se estivesse em seu lugar?

Bem-aventurado Miguel Pro, rogai por nós, que possamos cada um de nós ter a fé, o zelo e a fortaleza para encarar o martírio em face da perseguição niilista!

Texto Original: https://goo.gl/iqub7h