Os 4 Dogmas Marianos Explicados

Há quatro dogmas marianos (relacionados a Maria). Dogmas são aquelas doutrinas da Igreja que foram definidas pelo Papa e pela autoridade de ensino da Igreja. Dogmas são ensinamentos, ou doutrinas, da Igreja que foram, por assim dizer, negritados, sublinhados e italizados, Eles são propostos para nossa fé e os fiéis católicos não são livres para discordar deles.

Maria, Mãe de Deus

Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus, pois deu à luz a Segunda Pessoa da Trindade que se fez homem por nossa causa. - Concílio de Éfeso, 431

No Oriente, este Dogma é referido pelo título original grego de Maria: Theotokos, que significa "portadora de Deus". Maria de Nazaré é claramente a mãe de Jesus. Ela o carregou em seu ventre, deu à luz a Ele e o criou com a ajuda de seu casto esposo, José. Como podemos nesse caso dizer que Maria é a mãe do próprio Deus então? Como, se Deus é, de fato, uma Trindade: Um Deus em Três Pessoas. Maria é a Mãe da Trindade?

Não, Maria não é a Mãe da Trindade, ela é apenas a Mãe da Segunda Pessoa da Trindade porque é apenas a Segunda Pessoa da Trindade que se fez carne. O que a Igreja ensina sobre Maria protege os ensinamentos mais centrais a respeito de Jesus Cristo.

Quando Jesus foi concebido no seio da Bem-Aventurada Virgem Maria, Sua natureza divina eterna uniu-se perfeitamente à carne humana oferecida pela própria carne humana de Maria. Jesus tem uma natureza humana e uma natureza divina, mas dizemos verdadeiramente que Ele é uma Pessoa Divina. No entanto, as mães não dão à luz naturezas, mas pessoas. E assim, podemos dizer com razão que Maria é a Mãe de Deus porque Jesus é Deus e Maria é a Mãe de Jesus.

Virgindade Perpétua

Tradicionalmente, a Igreja apresenta Maria como "virgem antes, durante e depois do parto", afirmando, ao indicar esses três momentos, que ela nunca deixou de ser virgem. - Papa S. João Paulo II, L'Osservatore Romano, 4 de setembro de 1996, página 11

O anjo Gabriel revelou a Maria que ela deveria conceber e dar à luz um filho pelo poder do Espírito Santo, apesar de sua virgindade. Sua virgindade espiritual e física foi consagrada a Deus e mantida para sempre, o que chamamos de virgindade perpétua.

No livro de Isaías, o profeta diz: "uma virgem conceberá e dará à luz um filho (Isaías 7,14)". Assim, ela concebeu virginalmente Jesus sem corrupção física. Convinha também que seu nascimento fosse virginal, também sem corrupção física. Alguns dos Padres da Igreja sustentam que talvez Jesus tenha atravessado o abdômen da Santíssima Virgem Maria assim como atravessou a parede do Cenáculo após Sua Ressurreição. De qualquer forma, o Concílio Vaticano II afirma isso ao dizer: "No nascimento de Cristo, o qual não só não lesou a sua integridade, mas antes a consagrou. (Lumen Gentium, 57)".

Maria é um modelo perfeito de pureza, santidade e cooperação com a graça.

Imaculada Concepção

"...que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular

graça e privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original." - Papa Pio IX: Bula "Ineffabilis Deus" (Imaculada Conceição), 1854.

Deus, pela graça e méritos de Seu Filho Jesus na Cruz, fora do tempo, preservou Maria por uma graça singular no momento de sua própria concepção. Ele a preservou de toda mancha do pecado original de Adão e Eva. Isto deu início a reversão da Queda da humanidade. Os primeiros Padres da Igreja disseram: "O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; aquilo que a virgem Eva atara com a sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé", e ainda mais ao ponto: "a morte veio por Eva, a vida veio por Maria (Lumen Gentium, 56)"

Maria foi tentada a pecar como qualquer um de nós, mas foi capaz de resistir à tentação e ao pecado a cada passo por causa de sua virtude heróica e obediência a Deus na fé. Que belo modelo temos em nossa Mãe Santíssima. Maria não foi apenas o modelo de pureza e santidade desde o momento de sua concepção, ela manteve essa pureza e aumentou sua união com Deus.

Assunção

"A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial" - Papa Pio XII: Munificentissimus Deus, p. 44, (Definição do Dogma da Assunção), 1950.

O Dogma da Assunção está intrinsecamente relacionado ao privilégio especial de Maria de ser completamente sem pecado, sua Imaculada Conceição. Quando Jesus Cristo morreu na Cruz, ressuscitou dos mortos e ascendeu ao Céu, Ele abriu o caminho para o Céu. No entanto, quando morrermos, teremos que esperar até que Ele venha novamente para a ressurreição do corpo.

Maria, no final de sua vida terrena, estando completamente livre do pecado como estava, não viu a decadência de seu corpo terreno, o que convém à Mãe de Deus. Em virtude de sua Imaculada Conceição, Deus quis que Sua mãe fosse elevada em corpo e alma ao Céu para reinar como Rainha.

Embora a Assunção seja uma circunstância especial de Maria, seu destino está aberto a ser compartilhado por todos os fiéis. Quando Cristo vier novamente em glória, Ele ressuscitará os vivos e os mortos. É o que chamamos de Ressurreição geral e a professamos em todas as missas dominicais no Credo ou durante o Rosário: "Espero a ressurreição dos mortos" e "creio... na ressurreição da carne; e na vida eterna."

Toda vida humana é moldada à imagem e semelhança de Deus. A Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria sustenta a dignidade de toda e qualquer vida humana. Nossos corpos e almas devem trabalhar juntos para seguir a Jesus, porque esperamos que nossos corpos e almas O adorem por toda a eternidade no céu, se assim Deus quiser.

Os Dogmas Marianos

Original em inglês: CatholicLink