O Que A Bíblia Ensina Sobre Reservar Tempo Para A Oração Pessoal?

A Sagrada Escritura frequentemente ressalta o papel central que a oração diária deve ocupar na vida do cristão. Em primeiro lugar, os Evangelhos nos oferecem o exemplo de Nosso Senhor. A relação de oração com o Pai foi a marca registrada da vida terrena de Jesus. Repetidamente, os Evangelhos destacam Sua decisão de criar espaços de silêncio e solidão para entrar em um diálogo mais íntimo com o Pai.
Um exemplo marcante disso aparece em Marcos 1,35: "De manhã, tendo-se levantado muito antes do amanhecer, ele saiu e foi para um lugar deserto, e ali se pôs em oração". O próprio Jesus fazia questão de levantar-se de madrugada – provavelmente com os olhos sonolentos e um pouco grogue! – para dedicar tempo ao Pai.
Jesus não só se levantava cedo para orar, como também procurava um "lugar deserto" onde não fosse perturbado. Este tema é repetido ao longo dos Evangelhos:
- Tendo-as despedido [da multidão], subiu ao monte, a fim de orar a sós. (Mt 14, 23)
- E, deixando-os, Ele foi à montanha para orar. . (Mc 6,46)
- Ele, porém, permanecia, retirado em lugares desertos e orava. (Lc 5,16)
- Naqueles dias, ele foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus. (Lc 6,12)
A beleza simples desses versículos não deve passar despercebida por nós. Em nossa vida cotidiana, devemos nos perguntar se estamos fazendo um bom trabalho ao colocar Deus em primeiro lugar. Isso não precisa consistir em vigílias noturnas ou horas de oração mental, mas deve consistir em algo.
Talvez nossas responsabilidades profissionais signifiquem que nosso tempo é escasso e nossos níveis de energia estão constantemente esgotados, o que significa que 10 ou 15 minutos é tudo o que podemos oferecer ao Senhor todos os dias. Se for esse o caso, devemos ter confiança em nosso Pai amoroso, que vê nossos esforços e se deleita em transformar nossos pães e peixes escassos em um banquete espiritual.
Em outra parte da Sagrada Escritura, somos exortados a "orai sem cessar " (1 Ts 5,17). Para aqueles de nós que se sentem perpetuamente ocupados e sobrecarregados, isso pode parecer uma perspectiva assustadora! Mas, na verdade, deve ser um consolo, pois é um lembrete de que mesmo as dimensões mais humildes e monótonas da vida podem ser transformadas em um sacrifício de louvor ao Pai.
Nas épocas da vida em que nos sentimos tentados a duvidar da eficácia das nossas orações de súplica, devemos lembrar-nos de como a Palavra de Deus é enfática sobre o imenso poder que a oração contém. Como São Paulo lembra aos filipenses: "Não vos inquieteis com nada; mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças" (Fil 4,6).
Este ponto é aprofundado ainda mais na Epístola de São Tiago, que não deixa dúvidas quanto à importância de pedir coisas boas a Deus e confiar que Ele ouve os nossos pedidos:
Sofre alguém dentre vós um contratempo? Recorra à oração. Está alguém alegre? Cante. Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecados, estes serão perdoados. Confessai, pois, uns aos outros, os vossos pecados e orai uns pelos outros, para que sejais curados. A oração fervorosa do justo tem grande poder. (Tiago 5,13-16)
Deus nos ordenou que Lhe pedíssemos coisas boas. Portanto, podemos nos aproximar do Seu Trono da Misericórdia com extrema confiança. As petições e intercessões devem fazer parte da nossa rotina diária de oração, juntamente com louvores, ações de graças e contrição.
A Bíblia enfatiza o poder da oração pessoal, e Jesus Cristo nos dá o modelo para implementá-la em nossas vidas diárias. Quanto mais oramos, mais percebemos as maneiras pelas quais Deus está sutilmente podando nossos corações para nos libertar das coisas que nos impedem de descobrir a paz e o descanso Nele.
Autor: Clement Harrold
Original em inglês: St. Paul Center