O Menino Do Tambor

No distante deserto, onde os ventos constantemente moldam e remodelam as dunas de areia, vivia um pastorzinho. Ele não tinha companheiros; apenas seu pai idoso, que era viúvo e a quem honrava com filial cerimônia oriental.

Um dia, o menino recebeu um singelo presente: um pequeno tambor..

Seu deleite com o tambor era tal que qualquer outro garoto precisaria de mil presentes para ser tão feliz. Como o pastorzinho gostava de tocar aquele tambor! Todos os dias ele passava horas tocando, sozinho. Algumas noites, ele até tocava enquanto contemplava o firmamento estrelado do deserto.

Uma dessas noites, ele viu uma nova estrela que era tão resplandecente que ele mal podia acreditar em seus olhos: "Esta estrela é tão linda e brilhante! Eu me pergunto o que isso poderia significar! " "Ah, deve ser um sinal de um acontecimento maravilhoso. Vou escalar até o topo da duna mais alta e tocar meu tambor para esta estrela maravilhosa. "

E foi o que ele fez. E maravilha das maravilhas, quanto mais ele tamborilava, mais brilhava a gloriosa estrela!

Não muito longe dali, três Reis Magos seguiam sua jornada pelo deserto. "Nossa estrela-guia," disse um deles, "já tão brilhante, fica às vezes ainda mais brilhante esta noite. E acho que posso ouvir um tambor distante sempre que a estrela brilha mais forte. Vamos buscar a possível causa deste prodígio adicional. "

O menino baterista estava tão absorto em contemplar a estrela e tocar seu instrumento que os Magos já estavam subindo a duna de areia quando ele os notou.

"Quem são so Senhores?" ele perguntou.

"Somos três reis de longe", respondeu um dos Magos. "Vimos a estrela do Salvador Prometido no Oriente e agora a seguimos até onde Ele está, levando presentes para Ele."

"Eu adoraria acompanhá-los para ver o Salvador", pensou o pequeno baterista. "Mas eu não tenho nenhum presente para levá-lo."

Como se estivessem lendo seu pensamento, os Magos acrescentaram: "Como nós, você viu e admirou sua estrela. Por que você não vem conosco?"

O menino olhou para baixo com tristeza. Mas, ao fazê-lo, a visão de seu tambor sugeriu uma ideia que o encheu de alegria. Olhando para os Magos, ele disse: "Eu irei com os senhores e tocarei meu tambor para Ele. Meu toque de tambor será meu presente para o Messias, e tenho certeza que Ele o receberá como vindo de todas as crianças pobres do mundo. Depois de receber a bênção do meu pai, vou segui-los."

É noite. No estábulo de Belém, os três Reis avançam para prestar homenagem suplicante ao Rei dos Reis recém-nascido. Ao lado deles está o humilde menino do tambor. Dominado pela admiração e pelo afeto, ele contempla o Deus-Homem, a quem os anjos cantaram para dormir com sinfonias inefáveis.

Mãe e Filho são de beleza incomparável. E Ela é tão majestosa, e ainda gentil. Incentivado por Ela, o pequeno baterista começa a tocar suavemente seu tambor.

Ao ouvi-lo, o Infante abre os olhos e olha nos olhos do menino do tambor, que, surpreendentemente, agora pode ouvir uma batida que não é a de seu tambor.

É a batida do coração do Menino Jesus que esta noite, e sempre, ecoa como uma suave batida de tambor nas almas de todo o mundo. Está chamando almas; esta alma, aquela alma e aquela outra alma. Pois a criança quer que elas venham a Ele. Ele quer que elas O conheçam, que O amem, que pertençam a Ele.

Ó, leitor, preste atenção um pouco, e como o menino do tambor, você também ouvirá o tambor Divino.

Original em inglês: nobility.org