O Dogma Da Assunção Da Santíssima Virgem Maria

15/08/2023

A minh'alma glorifica o Senhor,
porque olhou para a humildade de sua serva.

(Lc 1,46-48)

A comemoração da assunção de Maria ao céu deita raízes no século II e sua festa na Liturgia cristã é fixada no século VII, tanto na Igreja oriental como na ocidental. A festa foi fixada para o 15 de agosto e era precedida de um jejum de 15 dias, recebendo uma liturgia solene, devota e bela, como convinha à Mãe de Deus. Não se economizavam as palavras para o louvor daquela que deu carne ao Filho de Deus.

Tudo o que Deus, desde a eternidade, planejara para o ser humano, pôde realizá-lo em Maria. Eva, a primeira mulher, optou pelo não à amizade divina e Maria, a nova mulher, disse sim. E nela foi plena a graça de Deus. Bendita entre as mulheres, não conheceu o pecado. Diante do Anjo, aceitou ser serva da vontade divina. E nela o Filho de Deus se fez carne para habitar entre nós.

Maria conservou íntegro o ser imagem e semelhança de Deus. Livre do pecado original foi também livre de suas consequências. Permaneceu virgem e, como virgem, concebeu e deu à luz um filho, o Messias. Nossa fé afirma que Maria, a Mãe do Messias-Cristo, é uma virgem, uma mulher na condição de quem "não conheceu homem", não se uniu a homem algum: sua maternidade de Jesus procede da sua virgindade. Eis o paradoxo, o extraordinário, o miraculoso do nascimento de Jesus. Este paradoxo quer significar que somente Deus nos podia dar um homem como ele: Jesus não nasceu "do sangue e carne, nem da vontade do homem", e isso é afirmado pelos evangelhos através da virgindade de Maria, tornada mãe pela potência do Espírito Santo.

A assunção de Maria ao céu é um sinal das coisas últimas. Em Maria nos é dada uma antecipação da glorificação de todo o universo que acontecerá no final dos tempos, quando Deus será "tudo em todos", "tudo em toda coisa". A dormição-assunção antecipa a parusia, e prepara nosso destino comum. A gloriosa Mãe de Deus é nossa mãe, em seu regaço guarda todos os filhos. Cheios de amor e gratidão sabemos que por mais que falemos de Maria, nunca falaremos o suficiente, nunca falaremos demais. Ao invocarmos sua proteção sabemos que nossas preces se dirigem àquela que está junto do Filho: ela é a intercessora celeste, junto do Deus Trindade.

No dia 1º de novembro de 1950, na cidade do Vaticano, o Papa Pio XII declarava:

"Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial."

Leia a Bula Munificentissimus Deus aqui.

Extraído de: Pe. Besen