Meu Filho Foi Para Faculdade E Não Acredita Mais Em Deus. 8 Dicas Para Os Pais

26/08/2022

Não é uma situação incomum (embora eu desejasse que fosse) que muitos jovens hoje (especialmente quando ingressam na universidade), por motivos diversos, abandonem sua fé católica. As causas podem ir desde a influência de amigos, modas, racionalismo intenso, informações incompletas até decepção com a própria Igreja. Seja qual for a razão, para pais católicos, pais de universitários que se afastaram da fé, o filho que eles criaram na fé, esta é uma prova de sofrimento. Um sofrimento que inevitavelmente vem acompanhado de culpa: o que fiz de errado que fez meu filho parar de acreditar em Deus?

Além do bem e do mal que podemos fazer como pais, pois o único pai perfeito só o celestial, a primeira coisa que devemos entender é que nossos filhos nos foram dados como uma responsabilidade preciosa. Mas, eles não são nossos. Sua formação é nossa primeira responsabilidade e dever. No entanto, quando chegam à idade adulta, suas decisões são próprias. Sempre seremos seus pais, sempre seu ponto de referência, mas eles farão suas próprias escolhas sobre os rumos de suas vidas.

Um bom amigo me disse que é necessário lembrar que o amor pelos nossos filhos é também um caminho de santidade, de prova e de amor incondicional. Dito isso, deixamos uma série de reflexões que podem ajudá-lo a enfrentar a difícil situação de nossos filhos que de repente dizem que não acreditam mais em Deus.

8 Dicas Para Pais Católicos Quando Seus Filhos Param De Acreditar Em Deus


1. Lembre-se, o que você formou na infância ainda está aí

Todo o esforço, não apenas material, que você fez para educar seu filho na fé e dar a ele as melhores oportunidades para se aproximar de Cristo ainda está lá dentro de seu filho adulto. O que você ensinou a ele moldou profundamente o tipo de pessoa que é hoje. Na idade adulta você verá os frutos desse esforço sem fim para formá-los na fé, nas virtudes, nas boas maneiras, no respeito e na liberdade. As sementes plantadas em nossos filhos pequenos florescerão na idade adulta. E se agora parece que todo o seu trabalho foi em vão, não se desespere; peça a Deus que lhe dê muita paciência e esperança. Seu trabalho não foi em vão.


2. Escute-o, trate-o com respeito e mostre interesse em suas escolhas

Em vez de cair na angústia e se deixar mover apenas pela emoção, respire. Antes de falar, primeiro escute e mostre interesse genuíno no processo de pensamento do seu filho. Não se deixe levar pela indignação ou pela vontade de dar sermões que possam afastar seu filho. Escute suas razões, faça perguntas e continue ouvindo. Tente entender seus pensamentos, anseios e ilusões. Então, com essas informações, pergunte ao Espírito Santo como proceder e reze para que seu filho seja cercado por pessoas que falarão a verdade em sua vida.


3. Não tente convencê-lo

Não inicie uma campanha incessante para converter seu filho, é muito provável que você consiga o resultado oposto. Não significa que você, os pais, abandone suas práticas religiosas ou deixe de falar com Deus na frente de seu filho. Pelo contrário, continue com essas práticas como sempre, e seja cada vez mais coerente com sua fé e vida cristã. Freqüentemente, a decepção que vem das ações de alguns cristãos é um fator chave para que os filhos abandonem a fé. Não force seu filho a rezar, mas faça de sua atitude em relação à oração um exemplo. Não é ficar indiferente, você pode falar abertamente sobre sua maneira de pensar e sua fé, deixando que eles te ouçam como você os ouvirá. É uma situação oportuna para aprender a falar e respeitar um ao outro.


4. Não o manipule com punições e não o corte de sua ajuda por causa de seus pontos de vista

Condicionar sua ajuda à fé dele não levará seu relacionamento a nenhum lugar produtivo. Nossa fé não é uma obrigação imposta por alguém, nossa fé é uma relação de amor, um dom. Jesus não se aproximou dizendo: «Eu te obrigo a acreditar em mim». Jesus se fez pequeno como um de nós e com paciência, ternura e exemplo de vida nos mostrou o caminho. Como cristão, siga o exemplo de Jesus que é compassivo, paciente, cheio de amor e generoso além da medida.


5. Mostre a ele a alegria de ter um relacionamento com Deus

Nossa fé não é simplesmente acreditar em alguma coisa. A riqueza da nossa fé católica é que é um relacionamento com Alguém. Não se trata de uma série de regras que cumprimos cegamente, seguindo mecanicamente como robôs. Nossa fé nasce de um encontro com outra pessoa, a pessoa de Cristo Jesus. Nesse tipo de situação, é o exemplo de vida cristã que mais importa: sua coerência, sua alegria, sua atitude para com os outros, seu amor firme e incondicional vai mostrar o caminho.


6. Inclua-o em suas atividades sem forçá-lo

Da mesma forma que você respeita e fala calmamente sobre a decisão dele, da mesma forma mostre a ele seus pensamentos e fale sobre isso. Não tenha medo de mostrar sua fé, continue a envolvê-lo e convidá-lo sempre que puder (mesmo que ele diga não) para suas atividades religiosas, até mesmo para campanhas de ajuda social ou vigílias de oração. Convide-o para a Missa (pelo menos peça-lhe que o acompanhem), continue com as celebrações da Páscoa e do Natal, faça-o participar como sempre. Celebre com ele com alegria. A decisão de participar ou não será sempre dele, mas é provável que ele queira ir (pelo menos em alguma das atividades). Essas comemorações sempre fizeram parte de sua história e também estão repletas de lembranças amorosas.


7. Não caia na tristeza e na desesperança

Pode ser que seu filho adulto tenha decidido não acreditar em Deus, mas lembre-se de que Deus sempre acredita nele. Ele é o seu Criador, o seu Pai e Ele nunca o deixará desamparado, mesmo que às vezes pareça. Não se deixe levar a pensar que seu filho será condenado. Esse é um assunto que, em última análise, só diz respeito a Deus. Devemos nos preocupar apenas em amar e nos entregar ao serviço dos outros. Então, em vez de se deixar vencer pela tristeza e pela desesperança, confie em Deus ainda mais fortemente.


8. Que Santa Monica se torne sua melhor amiga

Santa Mônica é nossa aliada por excelência nesta missão. Ela conhece perfeitamente a situação de um filho longe de Deus. Recorra a ela para interceder por seu filho e, como ela, ofereça a Deus todas as suas tristezas e dores. Reze constantemente e incansavelmente. O caminho para a conversão dos nossos filhos passa inquestionavelmente pela nossa própria conversão. Por pedirmos a Deus cada dia mais fé, e por nos doarmos de forma cada vez mais completa. E assim como o bispo disse a Santa Mônica: "Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas".


BÔNUS: Eduque-se constantemente

Às vezes, quando nossos filhos fazem perguntas, ficamos sem respostas, não porque a pergunta seja difícil, mas porque simplesmente não estamos bem informados. A prática é importante na fé, mas a formação também é muito importante, conhecendo nossa história como católicos e os fundamentos de nossa vida cristã. Eduque-se, constantemente, consulte fontes confiáveis, cultive-se e aprenda a cada dia a ser um pai melhor.

"Quanta dignidade e quanta ternura na expectativa daquele pai que está à porta de casa, à espera do regresso do filho! Os pais devem ser pacientes. Muitas vezes nada se pode fazer, a não ser esperar; rezar e esperar com paciência, doçura, generosidade e misericórdia." - Papa Francisco, Audiência Geral, Fev. 2015

Por: Silvana Ramos 

Original em inglês: CatholicLink