Charlie Kirk A Um Bispo Da Califórnia: “Estou Prestes” A Me Tornar Católico

Nosso pai amava John Wayne. Se havia um filme de John Wayne passando na TV em qualquer tarde de domingo, nós iríamos assistir. Se havia um filme do Duke [apelido de John Wayne] no Late Show, ele ficava acordado para ver.
Nossos pais pertenciam a uma geração que "acreditava" na máquina dos sonhos de Hollywood, que criava, gerenciava e protegia imagens para os fãs admirarem tanto dentro quanto fora das telas. Não havia celulares nem programas de TV sensacionalistas para estourar a bolha do estrelato que havia sido tão cuidadosamente construída e protegida.
Não que mamãe ou papai fossem tão ingênuos assim. Eles sabiam como o mundo funcionava e percebiam instintivamente que a imagem das estrelas era, em grande parte, artificial. Nosso pai tolerava isso até que algo contrariasse abertamente sua sensibilidade religiosa — como no caso de astros católicos, como Tyrone Power ou Don Ameche, que ganhavam as manchetes dos jornais por se divorciarem de suas esposas e se casarem com outras mulheres..
John Wayne era diferente. Apesar dos seus múltiplos casamentos, o Duque era a pessoa mais próxima de uma estrela que o nosso pai já reconhecera. Quando John Wayne estava morrendo de câncer, o nosso pai também estava. Era quase como se estivessem juntos na mesma jornada.
Quando ele ficou doente, eu era o último dos irmãos ainda morando em casa. A atmosfera que pairava sobre aquele casarão era opressiva, especialmente nos piores dias da doença dele.
Um dia, enquanto dirigia meu carro, ouvi no rádio a notícia de que John Wayne havia falecido. Não queria ir para casa naquele dia, imaginando o estado em que ele estaria. Quando finalmente reuni coragem para entrar pela porta dos fundos e chegar à sala onde ele estava sentado, era possível sentir o peso da tristeza no ar.
Mas, alguns dias depois, surgiram mais notícias. John Wayne, um homem com filhos católicos, havia entrado para a Igreja enquanto estava no leito de morte. Quando cheguei em casa naquela noite, meu pai era um homem transformado. Ele ainda estava muito doente, com uma doença que o matava lentamente, mas a revelação sobre esse ícone da cultura americana, com quem ele sentia uma estranha conexão, foi um remédio melhor do que qualquer outro que seus oncologistas jamais haviam prescrito. Pela alegria e conforto que John Wayne proporcionou ao meu pai, serei eternamente grato.
Até hoje, sinto uma alegria especial quando fico sabendo que alguém decidiu se tornar católico, seja uma celebridade ou alguém que conheço pessoalmente. Consigo entender o que meu pai sentiu em relação a John Wayne.
Nunca saberei se meu pai teria pensado do falecido Charlie Kirk da mesma forma que pensou sobre John Wayne. Mas tenho certeza de que ele teria percebido certos "indícios" que Charlie Kirk deixava escapar de que talvez um dia atravessasse o Rio Tibre. Agora, nunca saberemos. Mas eu sei de dois acontecimentos marcantes que ocorreram antes de seu assassinato.
Um deles era um vídeo recente feito por Kirk, sugerindo aos seus correligionários protestantes que eles não davam à Bem-Aventurada Maria Santíssima o devido valor. Era um vídeo que poderia ter sido exibido em uma aula de religião de uma escola católica. Ele chegou a sugerir que o exemplo dela era um modelo cristão aplicável a outras denominações.
O outro foi uma troca pessoal entre Charlie Kirk e um bispo católico que por acaso é meu irmão: o bispo D. Joseph Brennan, de Fresno, Califórnia. O bispo me deu permissão para divulgar o conteúdo dessa conversa.
Pouco mais de uma semana antes de seu assassinato, Kirk participou de um café da manhã de oração pró-vida em Visalia, Califórnia, que fica na Diocese de Fresno. O bispo estava entre os participantes e teve um breve momento a sós com Kirk.
Foi lá que Kirk contou ao bispo sobre sua esposa e filhos católicos e como ele participava da Missa com eles. Ele encerrou a conversa dizendo: "Eu amo meu pároco católico".
Quando se despediram para participar da parte mais pública do café da manhã de oração, Kirk mencionou especulações sobre sua intenção de se converter ao catolicismo, dizendo: "Estou prestes a".
Meu pai teria adorado ouvir essa história contada por seu filho. Teria se alegrado em contemplar como um homem poderia ser atraído para Igreja por uma esposa fiel. E quão apropriado foi um dos últimos vídeos de Charlie Kirk ser sobre a mediadora por excelência de todo o tempo e espaço. À sua maneira, ele estava estendendo a mão para ela, e agora, estou convencido, ela está retribuindo o favor.
Autor: Robert Brennan
Original em inglês: Angelus