Caro Pe. James Martin*: os ativistas LGBT não são "Marginalizados". As mães são.

26/11/2017

No início deste mês, o New York Times publicou um artigo sobre o padre jesuíta James Martin, intitulado "Sacerdote jesuíta defende os católicos homossexuais e por isso enfrenta forte reação". Na matéria, o autor David Gonzalez, ex-membro do conselho da America Magazine do Pe. Martin, conta uma historieta sobre um padre de coração maravilhoso que enfrenta uma "reação" avassaladora dos homofóbicos detestáveis ​​contra à sua luta pela comunidade LGBT "marginalizada".

"Jesus ia aonde as pessoas estavam e falava a língua delas", disse Martin ao Times. "E ele sempre se dirigia aos marginalizados".

Ao longo da entrevista, Martin enfatiza do aproximar-se da comunidade LGBT "marginalizada", o que aparentemente não é o mesmo que cuidar dela, pois isso exigiria a aplicação do ensino da Igreja sobre sexualidade e casamento ao invés de denunciar esses ensinamentos como " desnecessariamente prejudiciais".

Mas a afirmação de que a comunidade LGBT é marginalizada é risível. O movimento LGBT é talvez a causa social mais amplamente celebrada de nossa cultura moderna. Hollywood, a Academia, a América corporativa e os principais meios de comunicação abraçaram de forma esmagadora a plataforma LGBT.

Quando os católicos LGBT rejeitam o abraço da Santa Madre Igreja, o mundo os recompensa por isso.

Quer um exemplo de um grupo genuinamente marginalizado? As mães que ficam em casa.

Minha sogra é uma fiel católica que tem 11 belos filhos. Há muito tempo, ela parou de contar o número de olhares estranhos e comentários desagradáveis ​​que recebeu de pessoas que aparentavam repulsa devido à sua decisão de se colocar por último e dar seu "sim" ao plano de Deus por meio de sua família.

Ela e seu marido conseguiram alimentar, vestir e educar 11 crianças com uma única renda, e, no entanto, ela foi chamada de "irresponsável"; suponho que seja por ter aumentado o "excedente populacional" (cf. Ebenezer Scrooge).

Os imbecis de forma condescendente supõem que ela desconheça como os bebês nascem, ou melhor, como eles não nascem. Ninguém pára para pensar que ela pode ter tido razões inteligentes e morais para não embarcar no movimento de controle de natalidade como tantas outras mulheres de sua geração.

Pessoas completamente estranhas disseram coisas inimagináveis ​​sobre as partes mais íntimas de seu corpo.

Mas vocês não irão ouvir muito sobre a marginalização, coisificação ou sofrimento das mães porque

  1. Estamos por demais cansadas ​​para reclamar sobre o pouco sono que tivemos no mês passado, quantas vezes tivemos que mudar nossa blusa nas últimas horas, quantas trouxas de roupas que lavamos hoje ou quantas pessoas nos disseram (de forma implícita ou explícita) que estamos jogando nossas vidas fora ou desapontado a comunidade feminina, e
  2. eu gosto de pensar que em geral estamos bastante seguras e satisfeitas com a decisão que tomamos.
  3. Ao contrário da comunidade LGBT, e do próprio Pe. Martin, nós somos marginalizadas. Isso significa que não temos acesso fácil às celebridades de Hollywood, ao New York Times, ao Washington Post e às redes de televisão. Não podemos simplesmente ligar para nossos amigos em altos postos e pedir-lhes para dar ouvidos à nossa causa, porque não temos amigos em altos escalões. Isso que significa ser marginalizado.


Como mãe, posso honestamente dizer que não preciso dos Barack Obamas, Justin Trudeaus, Katy Perrys e Macklemores do mundo, fazendo discursos e escrevendo músicas reconhecendo minhas escolhas de vida.

Estou satisfeita sem o poder e os holofotes que acompanham os caprichos dos poderosos. As mães são marginalizadas, mas não nos importamos com isso. No que tange à criação dos nossos filhos, não entramos nessa para tirar vantagens. Nós fazemos isso porque acreditamos que a missão seja boa, verdadeira e bela.

Nenhum tipo de retórica enganosa e "diálogo" mudará o plano perfeito e permanente de Deus para a sexualidade humana. A Igreja convida os fiéis a assumir nossas cruzes e a nos unirmos a Cristo em nosso sofrimento.

Martin está tentando convencer um grupo inteiro de pessoas de que não há cruz que suportar além da cruz imaginária que foi injustamente jogada sobre as pessoas por fanáticos odiosos. "Não há ninguém mais marginalizado na Igreja do que os católicos L.G.B.T.", diz Martin ao Times. "Sendo assim, estou exatamente onde deveria estar".

Em 2015, o cardeal Timothy Dolan emitiu uma declaração descrevendo o surgimento de uma "nova minoria" na Igreja e no mundo. Enquanto ele elogiava os esforços da Igreja para acolher várias minorias (os solteiros, aqueles com atração pelo mesmo sexo, divorciados, viúvos, pessoas com deficiência, idosos, minorias raciais e étnicas, etc.), ele sugeria que a Igreja poderia fazer um trabalho melhor apoiando e encorajando homens e mulheres que procuram seguir fielmente os ensinamentos católicos sobre casamento e castidade.

Hoje, essa "nova minoria" continua recebendo pouco ou nenhum apoio de Hollywood, da mídia e - graças a clérigos como James Martin - até de líderes da Igreja. Esses homens e mulheres estão sendo punidos por buscar a virtude em um mundo que abraça vício e os Pe. Martins do mundo cospem-lhes nas suas caras.

Pe. Martin pode, por enquanto, ficar tranquilo em continuar semeando confusão sobre desejos pelo mesmo sexo e os ensinamentos da Igreja sobre o casamento, mas não lhe deveria ser mais permitido fazê-lo em nome da defesa dos marginalizados.

*N.T.: Sacerdote jesuíta americano, adepto da ideologia homossexualista, que faz as críticas mais abertas ao ensino da Igreja com relação à sexualidade.

Por Carly Hoilman em 22 de setembro de 2017

Original em inglês: Catholic Vote