5 Coisas Que São Francisco Nos Ensina Sobre Reconstruir A Igreja

São Francisco de Assis é indiscutivelmente um dos santos católicos mais amados e venerados (depois de Maria e José, obviamente).

No entanto, por sua própria admissão, Francisco nem sempre foi o santo radical e santo que reverenciamos.

Ele disse uma vez: "Eu tenho todas as coisas profanas. Se Deus pode trabalhar através de mim, Ele pode trabalhar com qualquer um."

Crescendo em uma família rica em Assis, Itália, Francisco levou uma vida caracterizada pelo orgulho e pecado quando jovem. Enquanto sua jornada para o arrependimento e a conversão se desenrolava em vários estágios, um momento crucial ocorreu um dia, enquanto Francisco estava rezando diante de um crucifixo em uma igreja em ruínas. Ele ouviu Cristo falar com ele do crucifixo: "Francisco, vá e reconstrua minha Igreja".

O sim de Francisco a esse chamado de Deus fez uma enorme diferença para a Igreja em seu tempo. E adivinha? Vivemos hoje em um mundo semelhante ao tempo de Francisco. Guerras acontecendo em diferentes partes do mundo. Muitos clérigos e líderes da igreja corruptos. E uma cultura que nos encoraja a buscar o poder e o dinheiro.

A mensagem e o modo de vida de Francisco atraíram muitos seguidores durante seu tempo e injetaram uma nova vida na Igreja naquela época. Qualquer 'reconstrução' da Igreja hoje só pode começar com cada um de nós dando um único passo em direção ao arrependimento e renovação em nossos próprios corações - aquele primeiro passo, depois outro, e depois mais um...

"Comece fazendo o que é necessário, em seguida, faça o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível." - S. Francisco de Assis

Eis 5 coisas que São Francisco nos ensina sobre reconstruir a Igreja atual:

- Viver uma vida simples que dependa mais da providência de Deus: Francisco levou a sério a mensagem do Senhor para vender tudo o que tinha e seguir a Cristo. Ele renunciou às suas posses mundanas, a herança familiar e confiou em Deus para cuidar de suas necessidades diárias.

Nem todos nós somos necessariamente chamados a viver um vida semelhante de pobreza. No entanto, nas palavras de Francisco, aqueles que estão sobrecarregados com as preocupações do mundo e os cuidados desta vida "são mantidos cativos pelo diabo". O exemplo de Francisco deve pelo menos nos tornar mais conscientes dos excessos que temos em nossas vidas, especialmente quando milhões de pessoas vivem em extrema pobreza. Uma vida que é menos focada em "coisas" é mais provável que seja mais focada em Deus

Temos em nós a capacidade de doar as "coisas" extras que temos em nossos armários, geladeiras, casas, e ouso dizer, até mesmo em nossas contas bancárias?

- Ame autenticamente aqueles ao nosso redor: o amor não é apenas uma atitude de bem-estar. O amor é uma decisão mais claramente vista na forma como se manifesta em nossa conduta e vida.

Certa vez, Francisco encontrou um leproso enquanto montava em seu cavalo. Embora o cheiro e a aparência do leproso fossem repugnantes, Francisco desceu do cavalo e deu um beijo de paz no homem.

Às vezes, o amor significa dar um abraço em alguém ou apoiá-lo com uma palavra gentil. Outras vezes, pode nos chamar a desafiar alguém a mudar seus caminhos para que se aproxime de Deus. Desde os pobres ao nosso redor, até aqueles em nossa comunidade que cometem pecados objetivamente graves, até adolescentes com cabelo colorido e tatuagens estranhas - nosso chamado não é julgar; nosso chamado é amar por meio de nossas palavras e ações.

- Compartilhe a boas nova sobre Jesus! Para constar, não há qualquer registro de que Francisco tenha dito: "Pregue o Evangelho e, se necessário, use palavras". De fato, dado o extenso ministério de pregação de Francisco, é mais provável que Francisco preferisse que pregássemos o Evangelho com palavras. Se Deus fez uma diferença positiva em nossas vidas, devemos estar prontos, dispostos e aptos a compartilhar a mensagem de amor, misericórdia e salvação de Deus com qualquer pessoa a qualquer momento.

Durante as Cruzadas, Francisco até ficou atrás das linhas inimigas, pregando ao sultão do Egito e aos muçulmanos dentro do território do sultão. Os relatos históricos variam sobre o sucesso da pregação de Francisco. Alguns dizem que não teve efeito sobre os muçulmanos; outros relatam que o sultão foi atraído pela pregação de Francisco, a ponto de expressar o desejo de ser batizado (alguns chegam a dizer que o sultão teve um batismo no leito de morte). Não importa o sucesso, nosso trabalho é compartilhar a boa nova sobre Jesus - como eles respondem depende deles, não de nós.

- Reverência ao sagrado: Certa vez, alguém perguntou a Francisco se a Missa celebrada por um padre que vivia abertamente com uma amante estava manchada. Francisco respondeu indo até o padre, ajoelhando-se diante dele e beijando suas mãos - um sinal de que, por mais pecador ou corrupto que fosse o padre, essas mãos seguravam Cristo, Nosso Senhor, na Eucaristia.

Certamente é um desafio distinguir entre padres pecadores que abusam de suas posições e o próprio sacerdócio. No entanto, há uma série de coisas que devem ser tratadas pelo que elas realmente são e não pelo que parecem ser, porque alguém as perverteu ou as deturpou.

Por exemplo, o santo sacrifício da Missa nos leva ao Calvário onde Cristo morreu por nossos pecados. Não é um encontro social nem um evento projetado para nosso entretenimento. Os sacramentos são essenciais para nossa vida cristã e desempenham um papel crucial em nosso caminho para a santidade e a salvação - mais uma vez, eles não são apenas um desculpa para se dar uma festa. O sacerdócio é um ofício sagrado que deve ser respeitado, porque quando um sacerdote atua - seja na Missa ou na Confissão - ele está agindo na pessoa de Cristo. Um maior apreço pelas coisas sagradas da Igreja ajudará muito em qualquer esforço para restaurar muitos aspectos da vida da Igreja que estão decadentes ou foram esquecidas.

- Uma renovada vida de oração e relacionamento com Deus: Nada na vida e missão de Francisco teria dado frutos sem sua profunda vida de oração e amor a Deus. Houve momentos durante sua jornada inicial de conversão em que Francisco chorava por seus pecados enquanto rezava. Ele também passava longas horas refletindo sobre a palavra de Deus. Ele ouviu e depois seguiu as instruções de Deus para ele através da oração.

Quando Deus falou com Francisco em um sonho e lhe disse para não lutar nas Cruzadas, ele fez o que Deus disse. Quando Deus lhe pediu para reconstruir sua Igreja, Francisco obedeceu. Não importa quem somos ou o que fazemos, Deus nos chama para segui-lo e aprofundar nosso relacionamento com Ele. A fonte e o sustento do trabalho de Francisco surgiram de sua vida de oração e relacionamento com Deus - um padrão que nos será benéfico imitar.

Autor: Pe. Brenton Cordeiro

Original em inglês: CatholicLink