A Quaresma Com Santo Afonso De Ligório: 
   Padroeiro Dos Confessores E Amante Das Almas

05/03/2022

A Quaresma é um tempo especial de oração, penitência, sacrifício, boas obras e busca do Sacramento da Reconciliação - ou da Penitência ou da Confissão - por ser o Sacramento da Misericórdia de Deus que nos leva a celebração da Páscoa.

Santo Afonso de Ligório: sacerdote, teólogo moral, Doutor da Igreja, fundador dos Redentoristas e ardente amante das almas. Santo Afonso de Ligório é também o santo padroeiro dos confessores. Em uma época em que a Confissão caiu no esquecimento para muitos católicos, incluindo alguns padres, Santo Afonso nos mostra o quanto precisamos do amor e da misericórdia de Deus neste Sacramento (material disponível no final do artigo).

Junto com santos como São João Vianney e São Padre Pio, Santo Afonso é um exemplo para o sacerdócio, de como um sacerdote deve exalar o amor e a misericórdia do Sagrado Coração em sua pessoa. Os pais espirituais devem sempre procurar atrair os pecadores de volta a Deus. Isso significa um retorno muito necessário ao equilíbrio entre a sã teologia moral e a misericórdia e um esforço renovado para atrair os fiéis à recepção regular do Sacramento da Reconciliação.

Santo Afonso Ligório foi um pai espiritual que buscou o bem-estar espiritual daqueles que lhe foram confiados. Ele sabia o dano que o pecado causa a cada pessoa, e é por isso que ele repetidamente chamou as pessoas para buscar o perdão e a misericórdia de Deus na Confissão. Um pai espiritual que ama o rebanho que lhe foi confiado sempre procura levar as pessoas à verdade para que se tornem os santos que Deus os chama a ser. Santo Afonso é um guia para os sacerdotes em atrair almas a Cristo através da Confissão. Ele é também um grande intercessor para os fiéis que desejam uma maior devoção a este Sacramento. Ele entendia que verdade e misericórdia são necessárias na vida espiritual.

Santo Afonso frequentemente caminhava ao lado dos membros do seu rebanho para levá-los a uma comunhão mais profunda com Cristo. Ele era conhecido por ser um homem de considerável paciência e caridade. Acompanhamento - que é a palavra de ordem de nossos dias - não implica uma mudança de ensino moral ou fechar os olhos; antes, é um movimento de amor autêntico que procura levar os outros ao encontro com Cristo. É um aspecto de comunhão através do qual o sacerdócio, os religiosos e os leigos se movem para uma maior união com Deus, percorrendo juntos o caminho da santidade. Parte da vida espiritual é lutar com o que Deus requer de nós, mas nunca de uma forma que traia intencionalmente as leis que Deus deu à Sua Igreja. Nossa felicidade suprema é encontrada vivendo na verdade. Amar é buscar a verdade.

Nosso Senhor fala com severidade daqueles sacerdotes que levam outros ao pecado, razão pela qual qualquer forma de acompanhamento que faz vistas grossas ou encoraja alguém a ignorar as leis de Deus é romper a comunhão, destruir a caridade, trair sua ordenação e ignorar a paternidade espiritual que os sacerdotes são chamados a viver. A misericórdia de Deus é uma forma de complacência, mas não um afastamento da verdade.

Santo Afonso sabia que as pessoas estavam famintas por Cristo, especialmente aquelas que estavam presas ao pecado. É o mesmo hoje em dia. Todos os sacerdotes que experimentaram o imenso amor da Santíssima Trindade devem querer atrair outros para esse amor. Como Santo Afonso, os padres enquanto pais espirituais devem ser amantes ardentes das almas que Cristo confiou aos seus cuidados. Isto significa um desejo constante por parte dos sacerdotes de chamar as pessoas para a recepção frequente do Sacramento da Reconciliação.

Santo Afonso, São João Vianney e São Padre Pio passavam muito tempo no confessionário e repetidamente encorajavam seus rebanhos a receber o Sacramento. Não como uma reflexão tardia ou para cumprir o mínimo de uma vez por ano, mas como um aspecto essencial da vida espiritual que levará as almas à santidade. Os sacerdotes têm o privilégio de ver aqueles que estão espiritualmente mortos voltarem à vida. A decadência moral de nosso tempo não é novidade na história da Igreja, nem é uma desculpa para adotar uma abordagem minimalista desse dom que Cristo nos deu.

Santo Afonso foi um brilhante teólogo moral. Ele compreendia os ensinamentos da Igreja e chamava todas as almas sob seus cuidados a viver de acordo com a lei de Deus, mas também estendia ao pecador a grande misericórdia de Cristo.

Segundo o Papa Emérito Bento XVI em Audiência Geral na Praça de São Pedro, em março de 2011, assim pregou:

"Aos pastores de almas e aos confessores, Afonso recomendava que fossem fiéis à doutrina moral católica, assumindo ao mesmo tempo uma atitude caritativa, compreensiva e dócil, a fim de que os penitentes pudessem sentir-se acompanhados, sustentados e encorajados no seu caminho de fé e de vida cristã.

Santo Afonso nunca se cansava de repetir que os sacerdotes são um sinal visível da misericórdia infinita de Deus, que perdoa e ilumina a mente e o coração do pecador a fim de que se converta e mude de vida. Na nossa época, em que existem claros sinais de perda da consciência moral e - é necessário reconhecê-lo - de uma certa falta de estima pelo Sacramento da Confissão, o ensinamento de santo Afonso ainda é de grande atualidade"

Uma renovação do Sacramento da Confissão é extremamente necessária. O Sacramento deve ser incentivado regularmente e colocado à disposição de todos os fiéis. Santo Afonso é o intercessor perfeito para uma necessidade tão grande. Ele também é um intercessor muito necessário para o sacerdócio durante este período de escândalos. Santo Afonso foi inflamado com um amor ardente pelas almas.

Que nossos sacerdotes ardam com esse mesmo amor e que o Espírito Santo aumente em nós o desejo da misericórdia derramada sobre nós na Confissão.

Fonte: Catholic Exchange


40 Meditações para a Quaresma - St. Afonso Maria de Ligório

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